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09/01/2024
4 minutos de leitura
Ligada às últimas tendências e “inquieta” que sou, tenho acompanhado com grande satisfação o crescente número de mulheres ingressando no mundo dos investimentos aqui no Brasil. Como empresária e investidora, acredito que esse movimento é não apenas promissor, mas também fundamental para a transformação do cenário financeiro e empresarial do nosso país. Neste artigo, quero explorar essa tendência, seus impactos e os benefícios que ela traz para o mercado, mas antes, vamos aos dados:
De acordo com um estudo realizado pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a caderneta de poupança ainda domina como escolha de investimento entre ambos os gêneros, sendo a opção de 26% dos investidores. Em contrapartida, modalidades de investimento mais sofisticadas têm maior adesão masculina: apenas 3% das mulheres alocam recursos em fundos de investimento, enquanto 6% dos homens o fazem; e em títulos privados, a proporção é de 3% para mulheres e 5% para homens. A disparidade se acentua quando entramos no terreno dos investimentos de alto risco: somente 1% das mulheres se aventura em criptomoedas, frente a 5% dos homens, e o mesmo percentual de mulheres, 1%, se arrisca no mercado de ações, comparado a 4% dos homens.
No que tange à busca por informações sobre investimentos, as mulheres demonstram uma preferência maior por consultas diretas com assessores ou especialistas financeiros, com 28% delas optando por essa via, em contraste com 19% dos homens. Elas também recorrem a amigos e familiares (20%) e a sites de notícias (12%). Quanto aos canais de mídia, a televisão é o veículo mais popular entre as mulheres, com 35% da preferência, enquanto o YouTube se destaca como o favorito entre os homens, com 42%. Por fim, os objetivos de investimento são similarmente alinhados entre mulheres e homens: a principal meta para 30% de ambos é a aquisição de um imóvel, seguido pela necessidade de manter uma reserva para emergências, com cerca de 20%.
O aumento da participação feminina nos investimentos e os seus impactos na sociedade
Um dos aspectos mais notáveis desse fenômeno é a crescente participação das mulheres em áreas tradicionalmente dominadas por homens. Antigamente, era comum vermos a presença majoritária masculina em salas de reuniões de investimentos e na Bolsa de Valores. No entanto, isso está mudando rapidamente. Mais mulheres estão se educando financeiramente, buscando conhecimento sobre investimentos e tomando as rédeas de suas finanças e à medida que esse movimento cresce, vemos os seguintes impactos diretos na sociedade:
Implicações econômicas e sociais
Essa mudança tem profundas implicações econômicas e sociais. Primeiramente, ela aumenta a diversidade no mercado financeiro e de investimentos. Diversidade não é apenas uma questão de igualdade; é uma estratégia inteligente de negócios. Diversas perspectivas e experiências enriquecem o processo de tomada de decisão e podem levar a escolhas mais bem fundamentadas. Além disso, o aumento do número de mulheres investidoras está impulsionando a criação de produtos financeiros e serviços mais alinhados com as necessidades desse público. Isso inclui investimentos com foco em causas sociais e ambientais, como os ESG (Ambiental, Social e Governança), que estão ganhando destaque. Mulheres investidoras muitas vezes valorizam investimentos que geram impacto positivo na sociedade, e isso está influenciando o mercado na totalidade.
Empoderamento financeiro
Outro aspecto importante é o empoderamento financeiro das mulheres. Conhecimento é poder, e à medida que mais mulheres se educam sobre investimentos, elas ganham mais controle sobre seu próprio futuro financeiro. Isso não só melhora a qualidade de vida individual, mas também contribui para o desenvolvimento econômico do país.
Benefícios para o mercado
Por último, mas não menos importante, a presença crescente de mulheres investidoras é benéfica para o mercado de diversas maneiras. Primeiramente, ela amplia a base de investidores, o que pode estimular o crescimento econômico. Além disso, pressiona as instituições financeiras e gestoras de recursos a se adaptarem às preferências e necessidades das mulheres, promovendo maior transparência e inovação.
Para finalizar, o aumento do número de mulheres investidoras no Brasil é uma tendência positiva que está transformando o mercado financeiro e de investimentos. Isso promove a diversidade, impulsiona o desenvolvimento de produtos financeiros mais alinhados com causas sociais e ambientais, empodera as mulheres financeiramente e beneficia o mercado como um todo. Como investidora apaixonada por esse universo, vejo isso como um sinal claro de progresso e uma oportunidade para fortalecer nossa economia. Encorajo todas as mulheres a continuarem buscando conhecimento financeiro e a explorarem o mundo dos investimentos. O futuro é promissor, e juntas, podemos construir um mercado mais inclusivo e próspero.
Autor:
Camila Farani
CEO e Investidora-Anjo