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09/09/2025
5 minutos de leitura
Empreender parece equilibrar pratinhos: caixa, vendas, marketing, time, produto… tudo ao mesmo tempo. O reflexo é dizer “sim” a quase tudo para não perder oportunidades.
E os efeitos colaterais?
Diluição de recursos
Projetos que não acabam
Produtos que crescem em complexidade
Queda do valor percebido
Segundo estudo da McKinsey, organizações que investem em priorização estratégica entregam 40% mais valor. E a Harvard Business Review lembra: 67% das estratégias falham por má execução. Foco é o maior ativo de quem quer escalar.
O que vamos ler neste texto?
Quando priorização falha (e por quê)
Estratégia antes de priorização: o frame que muda o jogo
O filtro que simplifica tudo: Valor ÷ Esforço (V/E)
3 passos para organizar o caos
Quadro prático: o que usar, quando usar
Ritual trimestral + checklist mensal
Erros comuns (e como evitar)
FAQs rápidas
Conclusão e próximo passo
Quando priorização falha (e por quê)
Existe uma teatro de priorização, ou seja nada é realmente priorizado. Os frameworks são usados para ranquear features mas não respondem à pergunta central: qual problema estratégico resolvemos, para quem, e qual impacto buscamos?
O excesso de demandas gera produtos pesados, com dívida técnica crescente, onde o “maior salário” decide (e não o cliente).
Regra de ouro: prioridade é singular. Se tudo é prioridade, nada é.
Estratégia antes de priorização: o frame que muda o jogo
Antes de qualquer matriz, fixe as escolhas estratégicas (Roger L. Martin, Playing to Win):
Where to Play (Onde jogar): segmentos, canais e geografias em que você decide competir.
How to Win (Como vencer): proposta de valor e mecanismo de vantagem.
Outcomes (comportamentos-meta): ex.: repetição de compra em 30 dias.
Oportunidades: necessidades não atendidas do cliente.
Barreiras (What Would Have To Be True?): Cliente, Empresa e Concorrência.
Só depois disso faz sentido priorizar. Você deixa de ordenar features e passa a ordenar oportunidades que movem resultados.
O filtro que simplifica tudo: Valor ÷ Esforço (V/E)
Um dos critérios mais práticos para empreendedores e startups é analisar cada iniciativa pelo Valor ÷ Esforço (V/E).
A fórmula é simples:
V/E = Valor esperado ÷ Esforço necessário
Valor esperado: É o impacto que a iniciativa gera, percebido pelo cliente ou pelo negócio.
Cliente: resolve uma dor real? aumenta retenção? melhora a experiência?
Negócio: aumenta receita? reduz custo? fortalece a marca?
Tempo de percepção: o cliente percebe o valor rápido ou só no longo prazo?
Esforço necessário: É tudo o que precisa ser mobilizado para entregar.
Recursos humanos: horas de equipe, marketing, engenharia.
Complexidade técnica: integrações, testes, riscos regulatórios.
Custo: investimento imediato ou recorrente.
Como interpretar os resultados:
Quick wins (alto V/E): iniciativas de pouco esforço e alto impacto → faça já.
Grandes épicos (valor alto, esforço alto): importantes, mas exigem fatiamento ou adiamento.
Baixo V/E: consomem energia demais para pouco retorno → evite.
Baixo valor e baixo esforço: só execute se não houver alternativa melhor.
Startups e pequenos negócios têm poucos recursos. Cada sprint ou mês de caixa é um chute ao gol. Se você gasta 2–3 chutes em algo de baixo V/E, perde tempo e encurta sua pista. Se foca em quick wins, acumula tração para arriscar jogadas maiores. Um bom empreendedor escolhe com cuidado, mesmo quando tudo parece uma boa ideia.
Exemplo:
Iniciativa | Valor (1–5) | Esforço (1–5) | V/E (Valor ÷ Esforço) | Decisão |
---|---|---|---|---|
Ajustar checkout para 1 clique | 5 | 2 | 2,5 | Fazer agora (Quick win) |
Lançar app mobile próprio | 5 | 5 | 1,0 | Fatiar ou adiar |
Adicionar 50 novos relatórios | 3 | 4 | 0,75 | Evitar / adiar |
3 passos para organizar o caos
1) Visualizar (visível, vivo e leve)
Liste todos os projetos (Operacional, Suporte, Estratégico, MVP). Ferramentas: Trello, Notion ou planilhas; para times maiores: Jira, Business Map.
2) Priorizar (Esforço × Resultado + V/E + 5W2H + 3Qs)
Matriz Esforço × Resultado → quick wins primeiro.
V/E → maximize retorno por sprint.
3) Acompanhar (cadência que protege foco)
Trimestral: revisar tese, outcomes e 3–5 apostas.
Mensal: limitar WIP (≤ 5 projetos), revisar métricas e matar o que não entrega.
Quadro prático: o que usar, quando usar
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Ritual trimestral + checklist mensal
Ritual trimestral (2–3h):
Atualizar Where to Play / How to Win.
Revisar resultados-chave (CAC, LTV, repetição, NPS).
Selecionar 3–5 projetos para o OKR.
Checklist mensal (60–90 min):
Projetos ativos ≤ 5.
Dono, métrica e data de decisão em cada projeto.
Matar o que não entrega aprendizado ou resultado.
Erros comuns (e como evitar)
Subestimar esforço: tudo leva mais tempo do que você imagina.
Confundir lista de features com estratégia: volte para “onde jogar e como vencer”.
Nunca matar nada: backlog infinito = paralisia.
FAQs rápidas
Como dizer “não” sem queimar pontes?
Agradeça a ideia, conecte ao impacto esperado e mantenha o foco. Anote a ideia para a revisão do trimestre.
Sou empreendedor solo. Por onde começo?
Mapa de projetos em 1 página, Matriz Esforço × Resultado + V/E nos 2 maiores quick wins, 5W2H e revisão mensal.
Conclusão e próximo passo
Você não precisa fazer tudo; precisa fazer o certo, na ordem certa. Estratégia define o jogo; priorização serve à estratégia.
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🔗 Leituras recomendadas para fortalecer sua estratégia: