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17/05/2023
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Ocorre que a chamada formação bruta de capital fixo, ou seja, a análise que ajuda na compreensão da situação macroeconômica do Brasil, apontou um crescimento de apenas 0,9% em 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e chegou a cerca de 19% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, a projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) para o ano de 2023 é de estagnação. Esse cenário traz indícios de que se não teremos um grande avanço, também não teremos um grande retrocesso. Esse é um ângulo para que possamos entender os caminhos que serão traçados no Venture Capital (VC) daqui para frente.
Por exemplo, em 2022, vimos os aportes em empresas brasileiras caírem à metade, no VC. Passamos de US$9,8 bilhões em 2021 para US$4,46 bilhões, segundo levantamento do Distrito. E neste primeiro trimestre de 2023, os aportes em startups brasileiras caíram 86%, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Confira os dados do relatório Inside Venture Capital Report, elaborado pela Distrito:
Por este motivo, um novo mindset se instalou: agora é hora de usar a razão ao invés da emoção pelo excesso de investimento em startups. Compreender os ciclos é fundamental após a ressaca da euforia de investimentos em 2021. E investimentos com mais cautela será um caminho comum neste ano.
Não à toa, falei sobre este assunto em minha coluna no Estadão e apontei que as incertezas políticas e econômicas do nosso País, em paralelo à recessão nos EUA, nos mostram uma ótica de investimento mais simplista, em que as startups estão na lista dos ativos mais afetados. Entretanto, as startups que se mostrarem mais preparadas terão êxito em receber aportes. Isso porque, para este ano, a projeção é de crescimento em investimento-anjo. Estima-se que 2023 encerre com os investimentos na casa dos R$85 milhões, 25% acima portanto.
Ou seja, o empreendedor que desejar investimento neste ano precisará mostrar o quanto e como a sua empresa pretende alcançar os resultados prometidos. Principalmente, se a companhia conseguir mostrar que é capaz de equilibrar receita e custos no médio e longo prazo.
Autor:
Camila Farani
CEO e Investidora-Anjo