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26/07/2023

Responsabilidade social: robô-guia LYSA transforma empresas em negócios inclusivos
Responsabilidade social: robô-guia LYSA transforma empresas em negócios inclusivos

4 minutos de leitura

Desenvolvedora capixaba Neide Sellin fundou a startup LYSA, um projeto que une tecnologia, saúde e inclusão social. Sempre bato na tecla dizendo que o conceito ESG (Ambiental, Social e Governança) deixou de ser um diferencial competitivo de mercado para se tornar essencial no crescimento de um negócio. Como eu gosto de ver as minhas investidas envolvidas em projetos de responsabilidade social, me dá orgulho citar uma startup que tem como propósito auxiliar pessoas com deficiência visual por intermédio de um cão-guia robô: a LYSA. Um baita case de ESG na prática porque tem como prioridade a inclusão por meio da inovação.

Em 2017, quando conheci este negócio através do Shark Tank Brasil, eu entrei como sócia imediatamente. Ali, sentada naquela cadeira de shark, parada e prestando atenção no pitch da fundadora Neide Sellin, foi que me dei conta de que, se eu entrasse de cabeça nesse investimento, poderia transformar a vida de milhares de pessoas. E não é que deu certo?!

Quem é LYSA, afinal?

Lysa é um robô-guia idealizado para proporcionar autonomia e qualidade de vida especialmente para pessoas com deficiência visual, mas que também está pronto para ajudar em qualquer necessidade. LYSA é o único robô-guia no mundo que ajuda pessoas e empresas a proporcionarem mais inclusão em seus espaços.

  • No mundo, há 253 milhões de pessoas com deficiência visual;

  • Só no Brasil são cerca de 6,5 milhões;

  • Estima-se que apenas 150 destas pessoas possuam cães-guias convencionais devido ao elevado custo e à dificuldade de criação;

  • Pouquíssimas empresas investem em algum tipo de facilidade para que deficientes visuais se locomovam dentro dos seus ambientes físicos.

O robô é equipado com Inteligência Artificial (IA), software embarcado, 2 câmeras, 5 sensores, bateria com autonomia de 8 horas, navegação por GPS, gateway de comunicação e aplicativo mobile. Tudo isso para facilitar a usabilidade e procurar sempre a rota mais segura para a locomoção e evitar graves acidentes.

Antes e Depois do Aporte no Shark Tank Brasil

O protótipo inicial do robô, feito em 2011, foi construído com sucata e outros materiais. Para aprimorar o projeto, a educadora Neide precisou conquistar recursos do CNPq, FAPESP, FINEP, FAPES, SEBRAE e FINEP. Esses investimentos permitiram o avanço das pesquisas, inclusive a adaptação do design para comportar inovações e potencializar a sua eficiência.

Hoje, com 20 unidades vendidas, a fundadora da startup destaca que o investimento tornou o produto mais conhecido, criou uma boa reputação e aumentou a valorização da empresa. Estamos falando de uma empresa que tinha um valuation de R$2 milhões em 2017. Hoje, esse valor chega a R$30 milhões. Um belo resultado em 6 anos.

Em 2020, na pandemia, veio a crise. Durante esse período, a CEO da empresa foi objetiva nas ações e se inscreveu em editais de apoio e fomento dos Governos Federal e Estaduais de São Paulo e Espírito Santo. Com mais esse investimento, foi possível disponibilizar receita para desenvolver o hardware e o software da nova versão, nos últimos meses.

"Logo no início da pandemia, Camila Farani nos orientou sobre o que fazer naquele momento de crise. Algumas dicas como controlar a receita, não fazer novos investimentos e passar tranquilidade para a equipe, já que a empresa ficou fechada por um período e os funcionários tiveram que trabalhar em home office", destaca Neide.

Resumo da Ópera

A responsabilidade social da empresa permitiu que LYSA fosse autossustentável em meio a uma crise global, diante de um cenário pandêmico resultante da COVID-19. Por meio do seu propósito, conseguiu angariar aportes que salvaram o seu negócio. E hoje continua mudando a vida de milhares de pessoas através do robô-guia.

Responsabilidade Social: ESG no DNA Corporativo

Foi-se o tempo em que as atividades empresariais tinham um significado meramente econômico. Atualmente, todas as empresas são avaliadas como organizações com participação ativa em todas as dimensões da vida das comunidades nas quais estão inseridas.

Segundo estudo realizado pela “Global Reporting and Institutional Investor Survey”, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, 99% dos investidores acompanham as práticas ESG das empresas e as utilizam como parte de suas decisões de investimento. Ou seja: se a sua empresa não adotou práticas ambiental, social ou de governança, ela já está para trás na corrida do mundo empreendedor.

Outro estudo que reforça esse pensamento é o realizado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). A pesquisa mostra que 58% das organizações afirmam que a pandemia reforçou a questão da sustentabilidade, enquanto 62% têm como objetivo causar impacto positivo tangível para a sociedade.

Se em seu DNA não existe ESG, não adianta descer para o play do mundo empresarial porque vai entrar nos negócios em grande desvantagem.

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Autor:

Camila Farani

CEO e Investidora-Anjo

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