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30/08/2021
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A grande maioria das pessoas que vê o sucesso da LEGO nas redes sociais e em todas as áreas onde a empresa atua não sabe que, por muito pouco, a LEGO não foi à falência. E isso mostra que independente do tamanho da empresa, se a gestão do negócio não for alinhada com a essência do negócio, é muito difícil conseguir resultados positivos. Além disso, esse case também mostra que mesmo em situações desfavoráveis, com as ações certas e coragem, é possível reverter esse tipo de situação.
Momentos difíceis
Apesar da empresa já dar sinais de que as coisas não andavam bem, o que causou o declínio, e a quase falência da LEGO foram as tentativas de atender as necessidades dos novos consumidores.
Esse pensamento fez com que a empresa investisse tempo, esforço e muito dinheiro em outras frentes, o que acabou não trazendo nenhum tipo de retorno positivo para o negócio. Foi nessa época que a LEGO começou a investir em jogos eletrônicos, bonecos de ação que não tinham nenhuma ligação com a marca, e roupas e acessórios.
Além desses investimentos, a empresa também investiu pesado na expansão do seu parque temático, que até então ficava na Dinamarca, e ganhou outras unidades nos Estados Unidos, Malásia e Reino Unido.
Assim, o resultado não poderia ser outro, que não a falta total de foco, queda nas vendas e aumento nos custos — a receita para o fracasso de uma das marcas mais conhecidas do mundo.
“Inovar é um processo essencial para qualquer empresa”
Mudança e recuperação
Depois de anos passando por uma grave crise de identidade, em 2004 as coisas começaram a mudar para a LEGO, principalmente pelo fato de que um novo CEO estava tomando a frente do negócio. E essa foi a primeira vez que uma pessoa que não tinha nenhum grau de parentesco com o fundador da empresa assumiu o comando da empresa.
Jorgen Knudstorp chegou à empresa e se deparou com um negócio que estava em situação extremamente delicada, principalmente por não ter conseguido se adaptar às mudanças recentes, como a evolução no mercado de videogames e computadores, enquanto a internet ainda ganhava mais força.
Essa dificuldade de adaptação ao novo mercado custou muito caro para a empresa, que em 2003 apresentou uma queda de 26% nas vendas, por exemplo. Diante desse cenário, Jorgen foi obrigado a iniciar um plano de recuperação agressivo que durou cerca de 4 anos, e resultou na demissão de quase 2.000 empregos.
Além disso, o volume de peças produzidas também foi reduzido, e peças foram eliminadas e áreas que não traziam lucro foram reavaliadas e eliminadas ou entregues para terceiros, no formato de licença para utilização da marca. E depois de tudo isso, a LEGO fez o que deveria ter feito anos antes, e que sem dúvida teria evitado grande parte dos seus problemas.
De volta às origens
A partir daí, a empresa conseguiu se reinventar, sem deixar de lado a sua tradição que a fez ter fãs extremamente engajados, que fizeram o faturamento da empresa atingir níveis históricos.
Toda essa jornada da LEGO serve para mostrar como é possível ser uma empresa extremamente tradicional, e mesmo assim se reinventar para atender as necessidades e expectativas do seu consumidor.
Autor:
Camila Farani
CEO e Investidora-Anjo